O MESTRE PHILIPPE DE LYON
FRANÇOIS TROJANI
Não se pode classificar o Mestre Philippe Nizier como
fundador, sucessor, nem como tendo pertencido a uma ordem Iniciática antiga ou
recente.
Todavia, seu impacto sobre algumas das figuras de proa dessas ordens foi certamente considerável. Citaremos como lembrança os mais conhecidos, Papus, Sedir, Marc Haven, etc.... eles mesmos tendo participado em graus diversos nas organizações iniciáticas da época, Martinismo, Maçonaria, Igreja Gnóstica, O.F.B., etc..
Todavia, seu impacto sobre algumas das figuras de proa dessas ordens foi certamente considerável. Citaremos como lembrança os mais conhecidos, Papus, Sedir, Marc Haven, etc.... eles mesmos tendo participado em graus diversos nas organizações iniciáticas da época, Martinismo, Maçonaria, Igreja Gnóstica, O.F.B., etc..
Através dos documentos que pudemos consultar, temos fortes
razões para pensar que não se tratava senão da parte visível do iceberg. Um
número considerável de ocultistas, de espiritualistas, de pesquisadores e de
homens políticos o consultaram, em graus diversos. Cremos que ele possuía uma
estranha faculdade. Qualquer que seja o meio, ou as circunstâncias, que o
conduziam a agir, ele se lhes manifestava. Para os cuidadosos Lyoneses, era um
“curador”, é preciso dizer, fora do comum, para os homens de fé um santo, para
seus inimigos um feiticeiro alcoólico, para os ocultistas um taumaturgo, para
os políticos um agente secreto, e para os jogadores de bola de gude da praça
Bellecourt, um agradável parceiro.
Chegamos até mesmo a consultar um documento que faz referência a ele, em sua juventude em Lyon, como a uma espécie de radiestesista incomparável para encontrar papéis ou objetos perdidos. E era, em geral, extremamente raro que cada uma dessas pessoas ou desses meios tivesse a mínima idéia de suas atividades afora. Ele manifestou desde a infância os mais estranhos dons e poderes incomuns.
Durante anos, por ocasião de diferentes estadas em Yennes, pequeno vilarejo da Savóia perto de seu local de nascimento, Loisieux, fizemos enquetes sobre sua juventude. As testemunhas diretas haviam desaparecido, mas subsistia ainda entre alguns dos descendentes trechos de histórias e algumas lendas.
Chegamos até mesmo a consultar um documento que faz referência a ele, em sua juventude em Lyon, como a uma espécie de radiestesista incomparável para encontrar papéis ou objetos perdidos. E era, em geral, extremamente raro que cada uma dessas pessoas ou desses meios tivesse a mínima idéia de suas atividades afora. Ele manifestou desde a infância os mais estranhos dons e poderes incomuns.
Durante anos, por ocasião de diferentes estadas em Yennes, pequeno vilarejo da Savóia perto de seu local de nascimento, Loisieux, fizemos enquetes sobre sua juventude. As testemunhas diretas haviam desaparecido, mas subsistia ainda entre alguns dos descendentes trechos de histórias e algumas lendas.
Por exemplo a efetiva cura das dores de cabeça que ele fazia
unicamente com sua presença, a bola de fogo que acompanhava a Eucaristia na
hora da comunhão, etc. Um lenda relata que ele estava em comunicação com um
reino subterrâneo estranho sob o Mont du Chat. No que nos diz respeito,
pensamos que ele foi uma criança como as outras, muito amado, numa família
piedosa e unida. Sem dúvida alguma, se tivessem desejado, seus irmãos teriam
dito mais a respeito. Um destes últimos, Benoît, professor num vilarejo
vizinho, era ele próprio uma personagem muito estranha. Ele estava em
verdadeira osmose de espírito com o Mestre Philippe. Um outro de seus irmãos só
falava dele depois de tirar o chapéu... É, ainda assim, coisa rara nas
famílias.
As histórias sobre o Mestre Philippe abundam e, como sempre,
cada qual só retém o que lhe interessa ou o confirma em sua via. Nossa proposta
neste artigo não é a de recapitular estas últimas.
Retermos simplesmente este primeiro fato. Ele nascera com
esses dons. Possuía os poderes que ele manifestou plenamente no decurso de uma
precedente e extraordinária vida, como o livro de Marc Haven deixa suspeitar,
uma herança familiar de uma missão particular de reabertura do “livro da vida”?
Outras tantas pessoas, encontros, e como sempre outras tantas opiniões.
Por vezes ele se concentrava um instante; ele pedia ao céu ou
por vezes, segundo sua fórmula, ocorria-lhe de dizer “agrada-me que...”; ele
rezava, seguindo as formas mais clássicas, o Pai Nosso e a Ave Maria, ele só se
referia ao Evangelho, ao Pai ou a Cristo.
Tinha lugares de predileção aonde gostava de ir e meditar,
não muito longe da pia de água batismal, na entrada da Basílica de Fourvière em
Lyon. Numa velha capela, dedicada a Santa Filomena, subindo em direção a
Fourvière na margem da estrada. Mais estranhamente, quando estava de passagem
em Paris, no cemitério próximo à antiqüiquíssima Igreja St. Pierre de
Montmartre, perto de um jazigo de Cristo. Ele era um bom cristão, jamais
criticava as instituições ou as pessoas mas tanto quanto sabemos, ele não
manifestava um amor imoderado pela Igreja.
Fora da calma propícia ao recolhimento e à prece, penso, contudo, que esses comentários são uma fraquíssima percepção de seu verdadeiro trabalho, a parte emergida de sua passagem por este mundo.
Fora da calma propícia ao recolhimento e à prece, penso, contudo, que esses comentários são uma fraquíssima percepção de seu verdadeiro trabalho, a parte emergida de sua passagem por este mundo.
Muito jovem, ele dá sessões de cura em Lyon, seguindo nisso um
método particular, ultrapassando amplamente o quadro do simples magnetismo
curativo. Isso poderia ser expresso em algumas frases, edificantes a mais de um
título sobre a validade e eficácia do poder. “Recebi o poder de comandar”, “eu
vos afirmo que tenho um grau que me permite perdoar as faltas.”
Sem cessar ele voltava aos ensinamentos dados nas sessões
quotidianas, insistindo na humildade, na prece e no amor ao próximo, sem os
quais qualquer tentativa de curar os doentes permaneceria inoperante no tempo.
Ele assumiu, no entanto, aulas, de uma relação completamente
relativa com as ministradas por Hector Durville em Paris, sobre um magnetismo
muito particular. Ele próprio jamais utilizava os passes. Suas aulas eram
ilustradas por experiências surpreendentes. Mergulhava-se verdadeiramente num
outro mundo em que o milagre era constante: com demonstração física a cada
instante daquilo que fora antecipado.
Na aula de 26 de dezembro de 1895, na qual 75 pessoas estavam presentes, nota-se a experiência seguinte: “Vou pegar uma quantidade considerável de fluido magnético numa região que vós não conheceis. Vou torná-lo tangível, quer dizer, sólido, e vós vereis assim como eu e sentirão tanto quanto eu! É feito no mesmo instante..” Todos os assistentes declaram distinguir perfeitamente o fluido na mão do mestre. “Vou lançar esse fluido no gelo que está à vossa frente; vede e ouvi.” No mesmo instante um terror indescritível toma conta dos assistentes, um homem recebe o fluido em pleno peito, o que lhe ocasiona uma sufocação próxima da asfixia.
Na aula de 26 de dezembro de 1895, na qual 75 pessoas estavam presentes, nota-se a experiência seguinte: “Vou pegar uma quantidade considerável de fluido magnético numa região que vós não conheceis. Vou torná-lo tangível, quer dizer, sólido, e vós vereis assim como eu e sentirão tanto quanto eu! É feito no mesmo instante..” Todos os assistentes declaram distinguir perfeitamente o fluido na mão do mestre. “Vou lançar esse fluido no gelo que está à vossa frente; vede e ouvi.” No mesmo instante um terror indescritível toma conta dos assistentes, um homem recebe o fluido em pleno peito, o que lhe ocasiona uma sufocação próxima da asfixia.
O mestre diz, então:
“Vós só podereis fazer essas coisas mais tarde, mas quero
ensinar-vos as operações a fim de que vós possais fabricar fluidos magnéticos,
com substâncias vegetais.” “A artemísia, a dedaleira, etc. são plantas
magnéticas. Quando se fazem passes, se as temos nas mãos, isso aumenta a
quantidade de fluido.”
Notemos ainda estas poucas indicações: “É preferível cuidar
dos doentes antes do levante ou depois do poente do sol, à noite é melhor.”
Entregou-se, do mesmo modo, a diferentes pesquisas concernentes a arcanos médicos e com esse feito ocupou cargos em diferentes laboratórios. O mais conhecido situava-se à Rue du Boeuf, na Croix Rousse. Possuímos pouquíssimas informações sobre essas atividades e sobre os resultados subseqüentes. Que saibamos, somente André Savoret retomou esses trabalhos e aperfeiçoou alguns remédios. Encontravam-se no meio deles outras pesquisas sobre o ácido láctico, assim como o famoso soro “Héliosine”. Resultava da ação prolongada do cloreto de sódio sobre uma matéria rica em queratina.
Entregou-se, do mesmo modo, a diferentes pesquisas concernentes a arcanos médicos e com esse feito ocupou cargos em diferentes laboratórios. O mais conhecido situava-se à Rue du Boeuf, na Croix Rousse. Possuímos pouquíssimas informações sobre essas atividades e sobre os resultados subseqüentes. Que saibamos, somente André Savoret retomou esses trabalhos e aperfeiçoou alguns remédios. Encontravam-se no meio deles outras pesquisas sobre o ácido láctico, assim como o famoso soro “Héliosine”. Resultava da ação prolongada do cloreto de sódio sobre uma matéria rica em queratina.
O doutor E. Lalande conhecia, sem dúvida alguma, o conjunto
dessa farmacopéia. Possui-se uma carta que ele endereçou a Papus, sugerindo-lhe
a montagem de um laboratório espagírico, em associação, como o que Jolivet
Castelot se animava.
Sempre se manifestaram, fora da iniciação, seres
particularmente dotados.
Sem procurar estabelecer uma primazia ou uma hierarquia entre
uns e outros, o que é entretanto notável, quase que único aqui, é a extensão e
a qualidade dos poderes manifestados por esse ser. Verificamos cuidadosamente
durante anos a autenticidade dos fatos relatados. Comparamos com outros homens
dotados de poderes e devemos dizer que os seus continuam a ser um enigma que
desafia a razão. A ascese, até mesmo a santidade. Sem dúvida porque eles são da
ordem da Fé, da Graça ou do Mistério.
A conclusão que disso queremos deduzir é de que existem
poderes de uma ordem infinitamente superior, agindo por intermédio de palavras
simples e quotidianas, tendo como centro, a humildade e o amor. Mas estamos
aqui a mil léguas das litanias dos Deuses, das magias, e dos saberes, e nem
todos podem tomar emprestada essa via. Atemo-nos, no entanto, a assinalá-la.
Nem exotérica, nem esotérica, como uma espécie de piscadela de um humor
colossal que Deus nos dá de tempos em tempos, modificando todas as nossas
lógicas, todas as nossas construções e nossos esquemas, liberando, de alguma
forma, a Força das tiranias e das “passagens obrigadas” onde pensamos tê-la
avistado de relance ou coagido.
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