quarta-feira, 1 de junho de 2016

Dario Vellozo e o fim da sua linhagem Martinista


Fonte da imagem clique aqui.

Dario Vellozo e o fim da sua linhagem Martinista
Por Radolus Carpa

Já falamos anteriormente a respeito de alguns dos diversos ramos e linhagens Martinistas na atualidade. Estudamos as principais diferenças e ligações que cada uma delas têm com as demais, assim como sua forma de trabalho e material de estudo.

Conseguimos assim ter um panorama mesmo que parcial, de um grande cenário dessas ordens, linhagens, Iniciadores para nos situarmos melhor em nossa caminhada. Vimos também exemplos claros de “contra iniciação” propagados na atualidade por falsificadores e tantos outros que utilizam nome da Ordem para massagear próprio ego, linhagens apenas de fachada e verdadeiras arapucas que tiram o sincero buscador da senda da Iluminação.

Apesar do “estudo das linhagens” não ser um tópico oficial dentro do estudo martinista - por considerarmos irrelevantes as diferentes siglas que cada uma carrega e por haver trabalho mais sério a ser realizado, interna e externamente pelo martinista – com intuito de instruir nossos Irmãos quanto a história do Martinismo, vamos continuar com estudo das linhagens que, dentro de duas ou três reuniões findaremos.

Em especial trataremos hoje da linhagem do primeiro martinista no Brasil, Apolônio de Tyana “Dario Vellozo”, amplamente conhecido de todos nós. 

Sua história e cronologia pode ser lida na história da Loja “Luz Invizível” com maiores detalhes, recomendamos a leitura com reservas do texto clicando no link ao lado: "A Loja Martinista Luz Invizível".


Fonte da imagem Mube Virtual

O fim da linhagem de Dario Vellozo

Dario Vellozo morreu em 1937 sem deixar outro Iniciador em seu lugar. Seus iniciados em sua maioria eram de Associados, Iniciados e poucos S.I., nenhum entre seus iniciados teria atingido a condição de Iniciador. Assim apesar de ter militado por 37 anos no martinismo, não fez outros Iniciadores e ao morrer, levou consigo encerrando com ele sua linhagem.

Porém muitas famílias citadas no supra citado texto sobre a Luz Invizível, guardaram os pertences de seus membros, como cadernos de anotações, cartas, certificados de graus, paramentos e tantas outras relíquias históricas. Os antiquários e sebos ainda vendem tais documentos. Assim não houve sequência de Iniciação após a morte de Dario Vellozo. Hoje o que há apenas, são registros esquecidos na história e de valor unicamente histórico, mais nada. Levantar a bandeira se dizendo detentor dessa linhagem, é uma tremenda farsa.

Para uma linhagem ser válida, ela precisa ser ininterrupta e a iniciação transmitida na presença física, como exemplo vamos citar a Ordem Martinista dita de “Papus” (a primeira que já estudamos de Gerard Encausse, Papus), em resumo onde após sua morte outro Iniciador tomou a direção da Ordem até esse comando chegar em seu filho Philippe Encausse também iniciado e esse para Emilio Lorenzo atual diretor da Ordem. Essa sequência de transmissão não ocorreu no caso de Dario Vellozo e seus iniciados. 

Lembramos também que alguns anos antes de falecer (1937), Dario já doente recebeu Cedaior e Jehel (Maschevilles) que chegam ao Brasil em especial em Curitiba/PR, e o comando “administrativo” da Ordem foi transferido para eles, sem ter havido qualquer troca de iniciações entre eles. Assim ao falecer Dario Vellozo levou consigo a sua linhagem, dando término a mesma.

Assim podemos afirmar baseado nessa vasta documentação histórica, assim como também por outro lado, pela falta de comprovação documental que mostre o contrário, que atualmente poderá existir apenas uma afiliação de desejo, uma ligação espiritual ou até mesmo apenas como homenagem histórica a esse lumiar que nos precedeu, martinista, maçom e professor conhecido como Dario Vellozo. Não há linhagem martinista vigente vinda dele.


Hoje seu legado espiritual é o Instituto Neo Pitagórico - I.N.P., fundado em 1909 baseado na filosofia grega-pitagórica basicamente. Lá não há iniciações, rituais, linhagens, transmissões nem algo do gênero. Não há reuniões de lojas de qualquer ordem em suas dependências mesmo que secretamente. Também não representam oficialmente nem extraoficialmente, nem mantém laços de amizades, nem reconhecimento, muito menos tratados diversos com qualquer ordem martinista, maçônica, rosacruz, seja nacional ou internacional. 


Algumas Ordens Martinistas "sérias".
Não aprofundaremos novamente o tema já abordado sobre as formas e estruturas do Martinismo, seja de forma livre e independente ou estruturado hierarquicamente em Ordens.

Os melhores grupos são aqueles que longe de propagandas, suntuosos websites, grãos-mestres pra cá, graus pra lá, são grupos unidos por afinidades pessoais entre seus membros em harmonia entre si, e esses com martinismo em geral, grupos homogêneos. Já as ditas ordens tendem a ter uma diversidade maior entre membros, não muito afins entre si e graus de sintonia diversos tornando-os mais heterogêneos.

Não temos como indicar grupos martinistas independentes, que pela seriedade de trabalho e propósito, não alardam suas atividades publicamente. Porém deixamos abaixo alguns links daquelas presentes em território brasileiro, que consideramos as mais sérias e organizadas, com linhagem pura e ininterrupta desde Louis Claude de Saint-Martin e hoje realizam belíssimo trabalho, qualquer outra que não esteja na relação abaixo, requer muito cuidado antes de se filiar para não acabar entrando no vazio.


Referências:

FONTE: Rosacruzes Blog - http://rosacruzes.blogspot.com.br/2016/05/dario-vellozo-e-o-fim-de-sua-linhagem.html