domingo, 1 de julho de 2012

ASSIM DIZIA PARACELSO...



Assim dizia Paracelso...

I
Se, por um espaço e alguns meses, observares rigorosamente as prescrições, que se seguem, ver-se-á operar, em tua vida uma MUTAÇÃO TÃO FAVORÁVEL, que nunca mais poderás esquecê-las. Mas, meu irmão, para que obtenhas o êxito desejado, é mister que adaptes tua vida à estrita observância destas regras.
São simples e fáceis de seguir, mas é preciso observá-las com a máxima perseverança. Julgarás que a felicidade não vale um pouco de esforço? Se não és capaz de pores em prática estas regras, tão fáceis, terás o direito de te queixares do destino? Será tão difícil a tentativa de uma prova? São regras legadas pela antiga Sabedoria e há nelas mais transcendência do que simplicidade, como parece à primeira vista.

II
Antes de tudo, lembra-te de que não há nada melhor do que a saúde. Para isso deverás respirar, com a maior freqüência possível profunda e ritmicamente, enchendo os pulmões, ao ar livre ou defronte de uma janela aberta. Beber quotidianamente, a pequenos goles, dois litros de água, pelo menos; comer muitas frutas; mastigar bem os alimentos; evitar o álcool, o fumo e os medicamentos, salvo em caso de moléstia grave. Banhar-se diariamente, é um hábito que deverás à tua própria dignidade.

III
Banir absolutamente de teu ânimo, por mais razões que tenhas, toda a idéia de pessimismo, vingança, ódio, tédio, ou tristeza. Fugir como da peste, ao trato com pessoas maldizentes, invejosas, indolentes, intrigantes, vaidosas ou vulgares e inferiores pela natural baixeza de entendimentos ou pelos assuntos sensualistas, que são a base de suas conversas ou reflexos dos seus hábitos. A observância desta regra é de importância DECISIVA; trata-se de transformar a contextura espiritual de tua alma. É o único meio de mudar o teu destino, uma vez que este depende dos teus atos e dos teus pensamentos: A fatalidade não existe.

IV
Faze todo bem ao teu alcance. Auxilia a todo o infeliz sempre que possas, mas sempre de ânimo forte. Sê enérgico e foge de todo o sentimentalismo.

V
Esquece todas as ofensas que te façam, ainda mais, esforça-te por pensar o melhor possível do teu maior inimigo. Tua alma é um templo que não deve ser profanado pelo ódio.

VI
Recolhe-te todos os dias, a um lugar onde ninguém te vá perturbar e possas, ao menos durante meia hora, comodamente sentado, de olhos cerrados, NÃO PENSAR EM COISA ALGUMA. Isso fortifica o cérebro e o espírito e por-te-á em contanto com as boas influências. Neste estado de recolhimento e silêncio ocorrem-nos sempre idéias luminosas que podem modificar toda a nossa existência. Com o tempo, todos os problemas que parecem insolúveis serão resolvidos, vitoriosamente por uma voz interior que te guiará nesses instantes de silêncio, a sós com a tua consciência. É o DEMÔNIO de que SÓCRATES falava. Todos os grandes espíritos deixaram-se conduzir pelos conselhos dessa voz íntima. Mas, não te falará assim de súbito; tens que te preparar por algum tempo, destruir as capas superpostas dos velhos hábitos; pensamentos e erros, que envolvem o teu espírito, que embora divino e perfeito, não encontra os elementos que precisa para manifestar-se.

VII
A CARNE É FRACA Deves guardar, em absoluto silêncio, todos os teus casos pessoais. Abster-se como se fizesses um juramento solene, de contar a qualquer pessoa, por mais íntima, tudo quanto penses, ouças, saibas, aprendas ou descubras.
É UMA REGRA DE SUMA IMPORTÂNCIA.

VIII
Não temas a ninguém nem te inspire a menor preocupação a dia de amanhã. Mantém tua alma sempre forte e sempre pura e tudo correrá e sairá bem. Nunca te julgues sozinho ou desamparado; atrás de ti existem exércitos poderosos que tua mente não pode conceber. Se elevas o teu espírito, não há mal que te atinja. Só a um inimigo deves temer: A TI MESMO. O medo e a dúvida no futuro são a origem funesta de todos os insucessos; atraem influências maléficas e, estas, o inevitável desastre. Se observares essas criaturas, que se dizem felizes verás que agem instintivamente de acordo com estas regras. Muitas das que alegam que possuem grandes fortunas podem não ser pessoas de bem, mas possuem muitas das virtudes acima mencionadas. Ademais, riqueza não quer dizer felicidade; pode se constituir em um dos melhores fatores, porque nos permite a prática de boas ações, mas, a verdadeira felicidade só se alcança palmilhando outros caminhos, veredas por onde nunca transita o velho Satã da lenda, cujo nome verdadeiro é EGOÍSMO.

IX
Não te queixes de nada e de ninguém. Domina os teus sentidos, foge da modéstia como da vaidade; ambas são funestas e prejudiciais ao êxito. A modéstia tolherá tuas forças e a vaidade é tão nociva como se cometesses um pecado mortal contra o ESPÍRITO SANTO. Muitas individualidades de real valor tombaram das altas culminâncias atingidas, em conseqüência da Vaidade; a ela deveram certamente a sua queda Júlio Cesar, aquele homem extraordinário que se chamou Napoleão e muitos outros. Oxalá, sigas sempre estas poucas regras para a tua FELICIDADE, para o teu BEM e a nossa ALEGRIA.

.·.

A PUREZA NO MARTINISMO




A PUREZA NO MARTINISMO
Frater Zelator SI SII


Louis-Claude de Saint-Martin, escreveu certa vez que considerava obrigação do instrutor místico "conduzir a mente do ser humano por um caminho natural para as coisas sobrenaturais que lhe pertencem por direito, mas das quais perdeu ele toda noção, em parte por sua degradação, em parte pela instrução freqüentemente falsa de seus instrutores". Provavelmente já se tornou evidente que estamos cumprindo essa obrigação, primeiro auxiliando o postulante a abandonar as falsas noções do mundo profano e, segundo, ensinando ao desperto Homem de Desejo a técnica pela qual poderá ele progredir mais seguramente rumo, "às coisas sobrenaturais que lhe pertencem por direito". No momento vamos considerar dois pontos que servirão de preparação para discursos seguintes. Esses pontos dizem respeito ao sacrifício ou à subjugação do Eu carnal e à Senda da Pureza, ou Óctupla Senda. Como o ser humano era puro antes da queda simbólica e se tornou impuro ou misturado à matéria por causa da mesma, os Martinistas fazem da pureza um ideal sagrado. Assim agem eles graças à sua confiança na veracidade das palavras do Mestre Conciliador: "Bem-aventurados são os puros de coração, pois eles verão Deus". Para o Martinista, pureza primordial é sinônimo de Unidade Divina. Tendo-a por meta, sua constante preocupação é encontrar o melhor meio de alcançá-la.


Fomos advertidos no sentido de sacrificarmos a natureza sensual. No padrão trino do Martinismo, o 1º Grau na Senda Martinista poderia ser chamado de "Grau do Sacrifício", ou da subjugação do Eu carnal. Isto não deve ser entendido como a extirpação, ou o aniquilamento dos desejos do corpo. E sim como a sua subordinação, a fim de que as necessidades da nossa natureza anímica e do Eu superior sejam libertadas de obstáculos e frustrações. O ser humano é um ser complexo e extraordinário. Nele encontramos a natureza angélica e a natureza animal ou demoníaca. O treinamento espiritual que recebemos pelos sublimes ensinamentos do Martinismo requer a subjugação do animal no ser humano e a libertação do seu ser angélico. Assim, como disseram os antigos Mestres, "obterás a Liberdade da Alma e da Mente, lutando contra tuas paixões, tuas ânsias terrenas; e assim poderás esperar conquistar a liberdade tão louvada, tão exaltada, tão verdadeiramente divina".


Embora o sofrimento seja urna parte inevitável do desenvolvimento superior, não é um fim em si mesmo e não é somente por ele que Deus pode ser alcançado. O ensinamento que afirma o contrário é uma distorção ou inversão da verdade mística. O caminho do ascetismo termina em aridez de corpo e coração. Todo Homem de Desejo deve aprender a superar a tentação para vencer a silenciosa luta interna contra seus adversários, os seus sentidos. É um triste engano aceitar como verdadeira a idéia de que "quanto maior o pecador, maior é o santo", pois é uma distorção do discernimento correto pensarmos que é preciso descer ao mais baixo para subir ao mais elevado. Este ponto de vista falseia e exagera o fator tentação.


Platão, um de nossos antigos predecessores, declarou que a alma estava acorrentada enquanto permanecia no corpo; mas isto não nos leva, como Martinistas, nem a desprezar o corpo nem a necessariamente reverenciá-lo. Nosso envoltório físico é um maravilhoso exemplo da lei natural e espiritual; não obstante, é uma severa arena e testes para o ser espiritual em nosso interior. Estamos precipuamente interessados na liberação dos poderes e faculdades superiores do ser humano espiritual interior, pois, em última análise, só a parte espiritual é real, imortal e capaz de divina reintegração.


Fonte: Hermanubis Martinistahttp://www.hermanubis.com.br/